Paladino e seus Haikais

Não encontro vestígios de mim em parte alguma... onde eu me perdi? Quem sabe eu nunca existi!
Paladino











--------------------0^^0--------------------
a voz da chuva
emudece
a cigarra

--------------------0^^0--------------------

no meio da rua
a coruja
deu voz a lua

--------------------0^^0--------------------
vozes no brejão
o cururu dos sapos
ecoando noite adentro

--------------------0^^0--------------------
a não música
no silêncio das horas
seca o bambu

--------------------0^^0--------------------
o brilho dourado
por detrás das nuvens
seria eldorado?

--------------------0^^0--------------------
o clarão da lua
iluminando
o canto da coruja

--------------------0^^0--------------------
branco dos ipês
caem letras trêmulas
tecendo versos

--------------------0^^0--------------------
no relâmpago
movem-se as vozes
do firmamento

--------------------0^^0--------------------
 no brilho do espelho
do castanho ao estanho
o que perco o que ganho

--------------------0^^0--------------------
  uma borboleta
banhando-se na fragrância
 de um botão de rosa

--------------------0^^0--------------------
Poesias

Nó Górdio

Há em nós um nó
grande e profundo.
Que custo a crer,
que seja mesmo um nó.

Mas é mesmo um nó,
um grande e gordo nó.
Que só se desfaz
em um golpe só,
sem pena e sem dó.

                                                           --------------------0^^0--------------------

ventre de papel

Da cornucópia do poeta eclode a rima:flórea fragrância ritmada,
penetrando as notas ondulantes de teu ventre de papel.
Rezam os perfumes;
voláteis; como os versos de uma crisálida.
Oh! Jasmim,eis o aroma próximo das tuas notas que me invade.
                                 --------------------0^^0--------------------

Olhos

A noite invade-me os olhos...
Que fixos no vazio, procuram
no passado um sentido
para o presente.

Vêem na ronda secular
de um astro.O puro ato de
viver a plenitude de sua
própria existência.

Oh! idade nobre.
De inúmeras vivências
sabedoria alcançada.

O crepúsculo invade-me os olhos...
Que fixos no vazio,
não mais procuram no externo
mas no interno.

Vêem no passado
a experiência presente.
Oh! fiel guia dos sábios.

O dia invade-me os olhos...
Que fixos no vazio, procuram
no presente um sentido
para o futuro.

Vêem no transitório
aquilo que não pode ser
mudado.

Pois a morte, vem a superfície
reclamar a sua herança.
                                                          --------------------0^^0--------------------
Poetrix
  Escrevo não
  para dar ego ao meu adulto.
  Mas glória a minha criança.
                                                          --------------------0^^0--------------------
em copos de cerveja
destilo sonhos e anseios
como se fossem uma aquarela
                                                          --------------------0^^0--------------------
 festa rave no jardim
 despenteando grama alta
 vento que não para de dançar
                                                           --------------------0^^0--------------------



















Nenhum comentário:

- Atenção -

As capas dos folhetos são acrescentadas os direitos de seus respectivos autores, qualquer infringência queira comunicar por maito que retiraremos a capa mencionada.

Attention
The covers of the leaflets are added the rights of their respective authors, any infringement wants to communicate by maito that we will remove the cover mentioned.